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Desenho


Definição
Vários são os materiais empregados na elaboração de desenhos. Eles podem ser feitos com pena ou ponta de prata, para a obtenção de traços finos; com lápis, giz ou carvão, quando a linha se torna mais espessa; também com pastel ou pincel, quando o objetivo é um traço mais grosso. Desde a invenção do papel, no século XIV, ele se torna o suporte dominante para a realização de desenhos. É possível classificar o desenho em função dos instrumentos utilizados para sua execução, ou da ausência deles, e pensar em modalidades distintas do registro de acordo com as finalidades almejadas. Há o desenho científico, usado na zoologia, botânica e anatomia (fartamente empregados como ilustrações de manuais didáticos); o desenho técnico, industrial e arquitetônico (realizado, de modo geral, com o auxílio de réguas, compassos, esquadros e outros instrumentos); o desenho utilizado pela imprensa e pelos livros (ilustrações, retratos e caricaturas), o desenho artístico etc. Desenhos são também utilizados por cineastas, designers, coreógrafos e cenógrafos em esboços, maquetes e projetos auxiliares. Desse modo, conclui-se que o desenho invade os mais diferentes campos e áreas de atuação - ciências, artes aplicadas, belas-artes, indústria, publicidade etc. -, nas mais diversas etapas da história da humanidade. É a partir do século XVI, com o advento do Renascimento, que o desenho se desenvolve como obra de arte.

Os artistas do Renascimento, se orientam por ideais de perfeição, harmonia, equilíbrio e graça - representados com o auxílio dos sentidos de simetria e proporção das figuras - de acordo com os parâmetros ditados pelo belo clássico. Nesse contexto, os estudos (leia-se: desenhos) de anatomia para composições maiores são bastante utilizados no período. Podem ser citados como exemplos o Estudo para uma das Sibilas no teto da capela Sistina, de Michelangelo Buonarroti, os desenhos feitos por Rafael em seu caderno de esboços para a posterior realização da Virgem do Prado, 1505, ou os estudos de Correggio para afresco, os de 1526, parte do acervo do Museu do Louvre.

O desenvolvimento de pesquisas científicas nesse período, fornece subsídios para a elaboração de novos métodos e técnicas. A perspectiva central, sistematizada por Fillippo Brunelleschi e descrita por Leon Battista Alberti no tratado Della Pittura, 1435, altera de modo radical os modos de representação e as concepções de espaço, o que se reflete nos desenhos realizados na época. Os rendimentos do uso da perspectiva podem ser observados, entre outros, na obra de Leonardo da Vinci. Responsável por ampla produção artística e científica, célebre por seus escritos, pelos retratos e pela invenção da técnica do sfumato, Da Vinci se vale sistematicamente do desenho - sobretudo dos desenhos com giz - para a realização de investigações e esboços. Estudos de proporção e anatomia são feitos com base na observação minuciosa de corpos humanos e de animais como em Estudos Anatômicos - Laringe e Perna, 1510. Do mesmo modo, desenhos preparatórios de gestos e expressões são sistematicamente executados por ele.

A arte do desenho ganha extrema importância nesse momento, mas fundamentalmente como atividade preparatória para a realização das obras principais, pinturas e esculturas. Atividade de apoio, é verdade, mas considerada imprescindível na formação dos artistas, que, por meio do desenho, registram a realidade observada, treinam as medidas e proporções dos corpos humanos. Por essa razão as academias de arte, nos séculos XVI, XVII e XVIII, fazem do desenho uma disciplina obrigatória para o aprimoramento da atividade artística. As novas instituições defendem a possibilidade de ensino de todo e qualquer aspecto da criação artística por meio de regras comunicáveis. Nesse contexto, as aulas de desenho de observação e cópia de moldes são fundamentais para o treinamento dos novos artistas. O desenho como aprendizado técnico ou como exercício acadêmico da forma tem lugar nas academias com a realização de nus, naturezas-mortas e paisagens, assim como pela cópia de esculturas antigas.

Diante do papel proeminente da pintura no decorrer da história da arte ocidental, o desenho figura em boa parte desse percurso como designação genérica para as etapas intermediárias: apontamentos, estudos preparatórios ou contornos de figuras e objetos posteriormente cobertos pela tinta. A despeito desse movimento mais geral, alguns artistas, como o paisagista inglês Joseph Mallord William Turner, conferem ao desenho lugar destacado em sua obra, como é possível perceber pela enorme quantidade de desenhos que realiza entre 1814 e 1830, alguns publicados na Picturesque Views of the Southern Coast of England, 1826. Turner concebe desenhos para a coleção de gravuras Portos da Inglaterra e para uma edição ilustrada de Italy, poema de Samuel Rogers. Na tradição paisagística, o desenho ocupa lugar importante na obra de Fragonard, que obtém efeitos originais em seus desenhos de paisagem, como em O Parque da Villa d'Este em Tivoli, 1760. O surgimento da caricatura é responsável por uma relativa independência do desenho em relação à pintura, como indica a obra de Honoré Daumier, famoso por suas charges e sátiras políticas feitas por meio de desenhos, gravuras e escultura.

A arte moderna e sua ênfase na autonomia da pintura, sobretudo com Éduard Manet e com os impressionistas - que alçam a pintura ao ar livre ao primeiro plano - descartam o recurso de esboços e estudos preliminares para a confecção da tela. No momento em que se torna dispensável ao pintor, o desenho pode efetivamente se autonomizar, adquirindo status independente como obra de arte. Os nanquins de Vincent van Gogh - Vista de Saintes-Maries, 1888 - ou os desenhos a carvão de Georges Seurat são sinais explícitos do novo lugar que o desenho passa a ocupar na cena moderna. Ligados à arte figurativa, mas também às pesquisas abstracionistas, os artistas modernos se lançam ao desenho, experimentando as possibilidades abertas pela linha, contornos, contrastes e materiais. Pablo Picasso, Paul Klee e André Masson são alguns dos inúmeros artistas que experimentam o desenho em suas obras. O desenho moderno no Brasil encontra expressão em artistas de vocações estilísticas variadas, como Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Flávio de Carvalho, Oswaldo Goeldi, Guignard, Djanira, Iberê Camargo, Mira Schendel, entre outros.


segunda-feira, 24 de maio de 2010

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